sexta-feira, 2 de julho de 2010




Água pura,
cristalina,
sereno,
orvalho,
neblina,
hálito da noite,
ainda menina,
lava os pensamentos meus...
Águas das bicas,
das cachoeiras,
das fontes,
das enxurradas,
limpa as minhas madrugadas...
Água- chuva,
Chuva-água,
no poço fundo encontrada,
água nos velhos telhados pousada,
branca do céu caíndo,
escreve na vidraça empoeirada,
que o tempo ainda não é findo!
Água impetuosa,
nos braços do vento agitada,
corpo dos mares,
dos oceanos,
explica aos que não entendem,
que entre as águas,
não há enganos.
Fio d'água turva do caminho,
é água das grandes águas!....


                                                    Lilian Reinhardt

 by: Cyssa S.

Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar,
Pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não
Podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarde o seu fulgor.
                                                   William Shakespeare



 By: Cyssa S.

Seduza-me!















Procure-me, mas finja que não me viu.

Enquanto me finjo desconcentrada,
Converse com todos ao nosso lado,
Depois me cumprimente sem receio.
E sem jeito, conte sua piada,
Que mesmo sem graça, darei risada.
Conte-me contente sua visagem,
Que mesmo tola e exagerada,
Fingirei-me ébria e enredada.
E se te atrapalhares, cuidado!
Tropeces com timidez, mas não caia!
Acho fofo você envergonhado...
Aí, chegue mais perto e se sente.
E depois, finalmente, seduza-me!
Esbarre sua mão em mim sem querer.
No fulgor do meu rosto, se aproveite,
Por favor, adiante-se e me beije!
Provoque o toque e vamos daqui.
Nosso corpo e o tempo a pulsar!
Somos antulho, beija-flor, colibri...
Veja o liquor se transubstanciar
Em algo doce, quente e lúbrico,
Pra você me irromper, me sublimar.
Sua mão, sua boca que abismos,
Por onde despenco, deliro, explodo...
Ao final, de alegrias me fadigue.
E tonto se despeça de mim louca,
E amanhã, outro dia, outra vez,
Vai saber, pode ser que você ligue...


By: Cyssa S.